Descobertas da Quarentena 2.0: Donna Blue e Bella e o Olmo da Bruxa
Dando sequência à nossa série de posts sobre as bandas e artistas que ganharam o coração da nossa equipe nos últimos meses, o juker Bernardo apresenta as suas descobertas musicais: Donna Blue e Bella e o Olmo da Bruxa.
Sobre a série
Um ano depois da primeira edição do Descobertas da Quarentena, a equipe do Jukebox volta para uma edição 2.0, contando um pouco sobre os artistas que vêm ouvindo ao longo desse período de isolamento. Com as mudanças que a pandemia trouxe, começamos a consumir música de uma forma diferente, nos fazendo descobrir cada vez mais bandas e artistas, seja para passar o tempo ou para encontrar na música algum tipo de refúgio. Assim, contando com indicações de um artista nacional e outro internacional, do jazz ao pop, esse é o momento de você conhecer os nossos achados deste último ano.
Desde o início do isolamento social, a minha forma de descobrir músicas novas também mudou, até por que em um certo ponto eu parei de procurar por elas e me acomodei com o que já tinha nas playlists, a exaustão de ter que viver e manter relações através de telas de computadores e smartphones resultou nessa “desistência”. No entanto, quase tudo que eu descobri nessa quarentena aconteceu de forma involuntária e quando eu menos esperava. Se hoje todo mundo só fala do algoritmo, eu posso dizer que ele foi bem bacana comigo no quesito de descobertas musicais, inclusive, a primeira delas eu conheci através de um anúncio nos stories do Instagram (fica a dica para as bandas e artistas por aí!).
Descoberta Internacional: Donna Blue
Enquanto navegava pelos stories no Instagram, surge na tela um trecho de um clipe no qual uma mulher vestindo uma boina vermelha caminhava pelas ruas de Paris ao melhor estilo de um filme de Jean-Luc Godard, acompanhada por uma batida agradável e um belo riff de guitarra, era Sunset Blvd., single do duo holandês lançado em 2017 que você pode conferir aqui.
Me apaixonei pelo som do duo, que transita na base do indie pop mas vai muito além, a forte influência de David Lynch é um dos elementos mais notáveis na obra do duo, que vai do nome, inspirado pela personagem Donna Hayward, de Twin Peaks, até a atmosfera “dreamy” e misteriosa em algumas de suas músicas. A canção “Get Away” é puro suco de David Lynch, desde os arranjos minimalistas, os vocais suaves e principalmente o videoclipe, que mergulha na fonte da estética lynchiana, com planos detalhes, os tons quentes, entre outros elementos semelhantes a um episódio de Twin Peaks ou uma sequência de A Estrada Perdida.
Outra referência interessante é os elementos do Yé-yé, um estilo de música pop que se popularizou na França nos anos 60, aliado a isso, ainda nota-se no som de guitarra uma influência do lendário guitarrista Link Wray.
Somando tudo isso, eis o som de Donna Blue, na estrada desde 2017, o duo soma 3 EPs, sendo “Inbetween” o mais recente, lançado em 2020. Atualmente, o duo se prepara para iniciar uma pequena série de shows pela Europa.
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Descoberta Nacional: Bella e o Olmo da Bruxa
Em Porto Alegre é comum ouvir dizer que todo mundo se conhece, direta ou indiretamente. Se você é de POA certamente você conhece alguém que conhece alguém que conhece um conhecido de alguém, em palavras pode parecer confuso mas na prática é muito mais simples e comum do que parece, e foi assim que o som da Bella e o Olmo da Bruxa chegou aos meus ouvidos.
Houve um tempo pré-pandemia em que era possível sair pelas ruas de Porto Alegre e dar uns rolês bem insalubres pelo bairro Cidade Baixa, se encontrar com uns amigos, encher a cara em meio a uma galera desconhecida e parar em uns rolês aleatórios. Em um desses rolês me deparei com um pessoal cantando a plenos pulmões as palavras “…desculpas sentimentais…” e dando sequência ao restante de uma canção. Demorou um tempo pra eu descobrir até que em março de 2020 quando a pandemia estourou, descobri que aquelas palavras faziam parte de uma canção chamada “Lunar”, de uma banda chamada Bella e o Olmo da Bruxa, fui atrás dos outros sons do grupo e curti bastante.
A banda, que está em atividade desde 2015, caracteriza-se como uma “banda de emo revival porto alegrense”, mas também navega em estilos variados do rock como o indie rock, post punk e rock triste no geral.
Em 2020 a banda lançou seu primeiro disco homônimo com 8 faixas cheias de dúvidas, tristezas e desprezo por sapatênis. No mesmo ano a banda se tornou um trio e teve uma de suas canções na lista de 100 melhores músicas nacionais de 2020 do site Tenho Mais Discos que Amigos.
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Acompanhe a playlist com as Descobertas da Quarentena dos Jukers! A cada novo post da série, novos artistas e mais músicas para você curtir, conhecer músicas novas ou ouvir de novo aquele artista esquecido na gaveta!
Sobre o Juker
Bernardo Brown é acadêmico do curso de Comunicação Social — Publicidade e Propaganda, membro do Jukebox desde janeiro de 2021, gosta muito de rock e seus derivados, trip-hop, shoegaze, dreampop e trilhas sonoras de filmes e videogames. Se não te responde no Whats ou qualquer outra rede social, é porque provavelmente está ocupado assistindo filmes.
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